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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Em busca da terra do nunca




Sabe o que eu sempre achei sem graça no cinema? Quando as cenas mostravam o filme dentro do filme. Ou a peça teatral dentro do filme. Tipo assim: os personagens estão em sua casa vendo TV, e as cenas do que eles vêem são mostradas no filme que nós vemos... deu pra entender? Então os personagens todos começam a rir de uma cena engraçada. No entanto, aquilo só tem graça para eles. Para nós o que importa não é a história que eles vêem, mas a história sobre eles que estamos vendo. Coisa chata e complexa a que estou dizendo, mas prometo que vai melhorar agora! O fato é que sempre detestei quando qualquer filme mostrava cenas de outras cenas. Na minha opinião se o personagem ia ao teatro, deveria ser mostrado apenas ele entrando e saindo do local. Pra que mostrar parte da peça que não ia fazer o menor sentido para nós? Mas tudo isso eu pensava antes de assistir ao maravilhoso "Em busca da terra do nunca"!!! Tão perfeito de um jeito que nem sei se vou conseguir falar de toda a sensibilidade que há na história.

Primeiro é preciso dizer que o filme é baseado em fatos reais, e conta como o dramaturgo James Barry se inspirou para criar a fantástica história do Peter Pan. Depois é preciso que sibam que Johnny Depp interpreta James Barry. E para quem o viu como o "mãos de tesoura" e como "Willy Wonka" da fantástica fábrica de chocolate, já é possível adivinhar que se trata de uma interpretação das mais magníficas, doces e sensíveis. Bem como deve ter sido aquele que de verdade imortalizou o menino Peter. Sim, porque esta é uma grande surpresa: o Peter existiu mesmo. Não daquele jeito de criança eterna. Mas existiu com o mesmo nome. E era uma criança amiga de James. Um menino que apareceu para ele quando o dramaturgo já não escrevia grandes espetáculos, já não fazia mais sucesso. Mas a amizade com aquele garoto e seus irmãos trouxe um mundo de novas possibilidades para James Barry; abriu caminho para um universo antes nunca explorado: o universo infantil. E de repente passamos a ver Peter Pan em seu próprio criador, pois é assim que ele se mostra: um adulto com alma de criança. Um adulto com vontade de brincar, de encontrar a terra do nunca ( e não é que ele acha?), de sorrir das grandes bobagens do cotidiano, de fazer guerra de travesseiro, de correr com medo de um crocodilo que engoliu um despertador, de enfrentar piratas imaginários, de ser feliz sem medo. James vai aos poucos descobrindo quão maravilhosa pode ser a vida quando nos deixamos levar por idéias leves e infantis. E ele consegue assimilar tão bem isso que passa a querer fazer o que as crianças fazem de melhor:dividir. Repartir mesmo! Não só o pedaço de chocolate, mas especialmente a vida, as descobertas, a infância... e é dessa vontade de repartir a experiência nova que James Barry escreve Peter Pan. E, pasmem! A peça é mostrada no filme. E é definitivamente perfeita! De encher nossos olhos, nossa alma e nosso coração! De encher mesmo nossa vida! De nos fazer acreditar que tudo pode ser mais bonito, mais feliz! De nos fazer sonhar e pensar que não é tão ruim assim o mundo das ilusões, da fantasia... Ahhh... Realmente o filme e a peça dentro do filme nos fazem acreditar num mundo melhor. E nos fazem também repetir a máxima dos nossos mais antepassados possíveis: as crianças são mesmo a maior esperança que pode existir!!! Depois da peça, James Barry voltou a fazer sucesso. E eternizou essa estória linda que todos nós conhecemos. No entanto, mais linda ainda é a história da estória. Por isso, todos os adultos do mundo inteiro deveriam assistir ao " Em busca da terra do nunca"! E se vocês sentirem vontade de voar até Neverland, peçam ajuda a Sininho. Não duvidem: se quisermos, as fadas podem existir!

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