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segunda-feira, 6 de julho de 2009

CORTANDO A "GRAMA" !!!


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Sabe aquele prazer que se sente em coisa alguma? Pois é sobre ele que eu quero falar. Tentarei ser breve, porque nem eu mesma tenho mais paciência de me ler, de tanto que eu escrevo. Por exemplo: tinha necessidade de eu comentar essa besteira aqui? E mais essa? Só coisas inúteis que divagam, divagam, perdem tempo e paciência dos leitores e não vai direto ao ponto. Até porque o ponto é o que importa. Sei lá, parece que eu não consigo me livrar dessa mania de explicar a explicação da explicação da explicação. Mas vou parar! Agora!
Como eu iniciei, quero falar dos prazeres que se sentem em coisa alguma. E juro que não é preciso que me internem como louca, porque é sim possível ter prazer em coisa alguma. A verdade é que essas coisas não são tão nenhumas assim. É só observarem as crianças, que vocês terão uma lista de como perder tempo na maior! E, ironicamente, achá-lo! Gastá-lo mesmo com o que tem valor. Porque criança é esse negocinho que consegue se divertir muitíssimo só de sentir o vento bater mais forte. Eles têm uma imaginação incrível!!! E sorriem sorrisos de dar inveja, de enlouquecer qualquer um! Eles fazem programas de graça, sem gastar um tostão sequer, e são felizes. E eu me pergunto por que os adultos esquecem tão rapidamente como era fácil ser feliz? A criança desenha um sorriso numa folha de caderno e diz:" Mãe, estou feliz!" E a mãe sorri muuuuito! Percebo que os pais voltam, então, a ser crianças com seus filhos. Que bom! Nem tudo está tão perdido. As crianças sorriem da cara engraçada que o bicho fez, do quanto as minhocas se contorcem para andar, do pai que chegou mais cedo do trabalho e vai poder botar o filho pra dormir (sorriso de muita felicidade, vale ressaltar!), sorriem quando pintamos seu rosto de palhaço, quando são pegues de surpresa por um banho de chuva (quanto mais toró, melhor!- e pra quem não sabe, toró é uma chuva torrencial, forte mesmo! Os adultos correm delas. Mas as crianças correm para elas, sempre à procura de uma biqueira.); elas sorriem quando estão correndo... E um dia desses eu quis imitar meu sobrinho de 2 anos. Estávamos na fazenda e ele desembestou a correr na direção do açude. Quanto mais o vento o ajudava a ir adiante, mais ele sorria. Eu corri atrás dele, vendo a hora ele se estabacar no chão. Mas quando ouvi suas risadas, não resisti: deixei-o correr até que ele sentisse vontade de parar. E continuei correndo com ele. De repente fui tomada por sua alegria, e comece a rir também. Nem sei se ri de seus risos ou de minha falta de forma ao tentar alcançá-lo em vão; mas sorri. E percebi que não estava simplesmente alegre; eu era feliz mesmo. É que às vezes a gente esquece que é preciso tão pouco para ser assim. Eu coloco, então, minha força nas crianças. Se eu estiver triste, basta o contato com uma delas, seja quem for.
E hoje à tarde vivi um pouco desse prazer em coisa alguma. No entanto eu não estava acompanhada de crianças. Mas estava ao lado de gente que talvez também se contagie muito com elas, e começo a achar que a convivência acaba nos infantilizando um pouco também. Estávamos eu e uma amiga vendo o irmão dela cortar as plantas da casa, podá-las. Onde ele ia, íamos atrás. E convenhamos que este tipo de programa é coisa que só criança mesmo pode gostar. Quem nunca viu um menino ou uma menina seguindo os passos de um adulto enquanto ele trabalha? Isso é até clássico! Às vezes o adulto até se zanga, e grita em português bem "dizido": " Meninos, 'são' daqui! Vocês 'tão' me atazanando o juízo!" Fala sério! Todo mundo já viveu ou viu um momento assim! E a gente, que parece ter passado uma borracha na infância, nem se lembra que razão leva as crianças a gostarem tanto de olhar um adulto trabalhar. Pois bem, eu e minha amiga hoje ficamos assim, exatamente como duas crianças. Onde seu irmão ia, nós íamos atrás, fiscalizando pra ver se o trabalho estava sendo bem feito, ouvindo as piadas dele ( porque ele perde o amigo, mas não perde a piada)... Até que de repente ela se deu conta de nós duas ali, naquela situação, e comentou:" Vê só que programão! Eu e você olhando o Júnior cortar as plantas!" E quando ela falou, eu também me dei conta. E começamos a rir. Exatamente aquele riso de criança. E isso pagou a tarde toda, deu sentido ao "nada" e mostrou cada vez mais claramente que a felicidade do homem está nas relações. Somente nelas. Onde é possível relacionar-se com o outro, também aí se pode ser feliz. Simples assim. Tão simples que fica difícil de acreditar, porque vivemos numa cultura em que o complexo encanta muito mais. Que nada! Que grande bobagem! " Há quem veja no nada um quê de encanto e magia. Os que tem muito não enxergam, pois é cega a hipocrisia."
Gostaria de agradecer à minha amiga pela tarde maravilhosa. Na verdade, pelos dias maravilhosos que passo no seu lar, com seus familiares. Tenho fortalecido minhas antigas idéias acerca da vida e da felicidade. Tenho compreendido, no convívio de vocês e com vocês, que estarmos juntos já é uma boa razão para sermos felizes. Talvez seja mesmo a melhor razão.
Termino então pedindo que vocês me ajudem a aumentar minha lista de coisas bobas que nos fazem muito felizes. O Oswaldo Montenegro, no seu livro Vale Encantado traz algumas, num texto chamado "Pensar em coisas lindas": balas, travessuras, carinho, carrinho, beijo de mãe, brincadeira de queimado, colo de pai, história de avó, sorvete de chocolate, céu amarelo, caramelos, guerra de travesseiros, boneco de areia, amigos... Enfim! Estas são as "bobagens" do tio Babo ( olha a intimidade!)
Mas quais são as bobagens infantis e alegres que você lembra? Por favor me mande através de comentários, porque quero lembrar de fazer uma delas a cada dia, para que cada dia, haja o que houver, seja motivo de sorrir.

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